Comentando: Zetsuen no Tempest
“Porque há mais entre
o Céu e a Terra, Horácio, do que supõe nossa vã filosofia.”
Fala aê, otakada! Depois de um pequeno atraso, trago a vocês
o Comentando de uma estreia na maioria das prateleiras brasileiras: o primeiro
volume da obra Zetsuen no Tempest ~O
Destruidor da Civilização~, de autoria de Kyo Shirodaira e a arte de Ren
Saizaki. Uma obra cheia de ação, magia, reviravoltas e... Shakespeare?!
Zetsuen no Tempest
Vol. 1
Lembra-se do que eu mencionei no final do Comentando anterior?!
Que ler O Maestro era quase como ler Shakespeare?!
Então, que tal dar uma olhada em um mangá que foi realmente inspirado em uma
obra dele?! Zetsuen no Tempest é baseado na peça A Tempestade, do próprio William Shakespeare, mas a obra em si é
bem independente. O mangá foi publicado no Japão em 2010 pela Square Enix, enquanto aqui no Brasil é
publicada pela JBC, e terá apenas 10
volumes. Também teve uma adaptação para anime em 2012 e depois uma continuação
em 2014.
Para resumir a história, em um mundo aonde as regras são
dirigidas por uma árvore de poder incontestável, um clã mágico pretende trazer
o caos para civilização, e a única pessoa que tem poder para impedir está em um
local remoto do planeta, apenas com roupas e um barril... Enquanto isso, um
colegial junto de um amigo pretende dar um jeito no assassino de sua querida
irmã, nem que tenha que se aliar à maga mais poderosa que o mundo já viu...
Em relação à história, os amigos Mahiro e Yoshino
realmente se completam: Mahiro é o esquentado e quer a vingança a qualquer
custo, nem que seja necessário destruir o mundo por isso. Já Yoshino é mais
racional e sensato, mantendo Mahiro na linha (como se fosse possível...), mas é
mais frio que o próprio...
Em relação ao Clã Kusaribe, mesmo sendo bem vasto
apenas dois deles se destacam na trama, os líderes Samon e Hakaze Kusaribe.
Samon demonstra ser bastante cauteloso e poderoso, além de saber usar bem das
palavras, porém sabe que sua única fraqueza é a princesa de seu clã, e não
tarda em dar um jeito nela... em um barril! A maga Hakaze, por outro lado, tem uma personalidade arrogante, mas justa.
É poderosa e mesmo longe de Samon consegue demonstrar resistência aos planos
dele por meio de seus aliados Yoshino e Mahiro, em troca de achar o assassino
de Aika. Aliás, mesmo morta, Aika é uma personagem de extrema
importância para a história, pois algumas ações dentro da história acontecem
durante as conversas que Yoshino e Mahiro tinham com ela, assim como as várias
citações de Shakespeare que ela tanto gostava... Entre os personagens secundários,
a oficial Evangeline Yamamoto ,
responsável por conseguir informações sobre a Peste do Metal Negro e sobre
Mahiro é a mais interessante, e parece que terá um papel importante para a
trama.
Outra coisa que é legal de ver é como a magia é utilizada
pelos Kusaribe. Sendo utilizada apenas para manter as regras da Árvore de
Genesis e fazê-las valer, as magias do clã não são para destruir, mas para proteger. E os talismãs são os
principais artefatos para que a magia seja evocada. E não pode ser qualquer
objeto, mas sim um objeto moderno,
para que a magia seja mais forte. É bem parecido com a Lei da Troca Equivalente de Fullmetal Alchemist, mas aplicada para
magos.
Mas agora vem a
pergunta – chave: E o que isso tem a ver com Shakespeare, afinal?! Bem,
normalmente, as tramas de Shakespeare sempre acabam em tragédia (como Hamlet,
McBeth e Romeu e Julieta), mas A
Tempestade não possui um desfecho desses. É uma tragédia aonde tudo acaba
bem no final... Não sei aonde uma história dessas pode acabar bem, mas teremos
que ler até o fim para sabermos se essa guerra terá um final feliz...